Dr. Miriane Peregrino
Projeto de pós-doutorado
Slam em falares portugueses: reinvenções das oralidades no século XXI
Resumo
De origem norte-americana, as competições de poetry slam tiveram particular avanço em países de língua portuguesa nos últimos 15 anos. Esse avanço tem sido impulsionado através da formação de um circuito internacional de slam sob influência de países como França (Coupe du Monde Slam) e Alemanha (Spoken Word Project in Africa, 2011). E com a criação das competições internacionais Rio Poetry Slam (FLUP, 2014) e Slam da Língua Portuguesa (FLIP, 2019), o Brasil vem desempenhando também um importante papel na consolidação desse circuito entre falantes da língua portuguesa. Em nossa pesquisa procuramos mapear as condições de produção e circulação da poetry slam em Angola, Moçambique, Brasil e Portugal e como a reelaboração da poesia falada sob a denominação de “slam” impacta as formas mais tradicionais de narrativas orais nesses países, tais como, por exemplo, o missosso (Angola), o xitolcozelo (Moçambique), o repentismo (Brasil) e o trovadorismo (Portugal) e dialoga com as linguagens do teatro e das artes visuais, em particular, a performance. O presente projeto dá continuidade a primeira fase do mapeamento das competições de slam realizada em Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique) em 2018 durante estágio de pesquisa na Universidade Agostinho Neto (Angola) com financiamento do PDSE/CAPES do Ministério da Educação do Brasil.
Miriane Peregrino (Rio de Janeiro, 1981) é doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil) e mestre e especialista em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, Brasil). Entre 2017 e 2018 realizou Estágio de Pesquisa na Universidade Agostinho Neto, (UAN, Angola). No mesmo período, também atuou nos centros culturais brasileiros de Angola e Moçambique promovendo ações do seu projeto de incentivo à leitura e comunicação popular, “Literatura Comunica!”, contemplado com o Prêmio Todos Por Um Brasil de Leitores (2015) e o Prêmio Culturas Populares (2018), ambos do então Ministério da Cultura. Entre 2019 e 2020 foi assistente de pesquisa do Romanisches Seminar da Universität Mannheim (Uni-Mannheim, Alemanha).
Tem experiência em pesquisa e organização de arquivos históricos e culturais dos quais destacamos sua atuação no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (AMLB/FCRB), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Fundação Nacional de Arte (FUNARTE).
Como jornalista popular (Mtb 37462/RJ/Brasil) cobriu os megaeventos esportivos no Rio de Janeiro entre 2014 e 2016, escrevendo reportagens e realizando curtas documentários sobre museus comunitários, migração, turismo em favelas cariocas e o papel das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e da Força Armada no processo de gentrificação de favelas como Vidigal, Santa Marta, Vila Autódromo e Maré, com destaque para os documentários Na Maré da Copa (Brasil, 2015) e No Jogo da Paz (Haiti e Brasil, 2015).
Atualmente, dedica-se aos estudos de literaturas em língua portuguesa, a formação de campos literários contemporâneos e suas relações com os fenômenos da globalização cultural, em particular, o spoken word e a poetry slam.
Artigos recentes
1. PEREGRINO, Miriane. A rua da lama: gênero, raça e violência no romance de 30. Revista Terceira Margem, v.24, n. 42, 2020, Rio de Janeiro: UFRJ, p. 152-172. Qualis A1 CAPES.
2. PEREGRINO, Miriane. A literatura exposta em grito: a poetry slam. Eutomia Revista de Literatura e Linguística do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco, Ano XI, V. 1, n. 25, dezembro 2019, Pernambuco: UFPE, p. 229-248. Qualis B1 CAPES.
3. PEREGRINO, Miriane. Muhatu e a virada do spoken word em Angola. Revista Mulemba, v. 11, n. 21, jul-dez. 2019, Rio de Janeiro: UFRJ, p. 59-73. Qualis A1 CAPES.
Conferência recente
PEREGRINO, Miriane. Os diários de Carolina Maria de Jesus na formação de leitores do Rio de Janeiro, Luanda e Maputo. Embaixada do Brasil em Maputo. Centro Cultural Brasil-Moçambique. 23 de novembro de 2020. Disponível em: https://www.facebook.com/watch/?v=2870107283272986
Reportagens recentes
1. Memorias em uma cajá de cartón. Museo de la Imagen Itinerante de la Maré. Contemporary And América Latina. 10 Dez 2019. Traducción: Nicolás Gelormini. Impresso e digital. Disponível em: http://amlatina.contemporaryand.com/es/editorial/miim-mare/
2. Afro-brasilianisches Erbe und der Kampf um das Recht auf die Stadt. Latitudes, Goethe Institut. 2020. Traducción: Kathrin Hadeler. Disponível em: https://www.goethe.de/prj/lat/de/ide/21835698.htm
3. Museos Indígenas “Era necessário negar los orígenes para seguir vivos”. Contemporary And America Latina. 25 Maio 2020. Traducción: Catalina Arango Correa. Disponível em: http://amlatina.contemporaryand.com/pt/editorial/museos-indigenas/